quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Tributo

A caneta teima em não rolar sobre o papel.Obrigo-me então a experimentar novos mecanismos de expressão, por muito que tenha sido uma crítica acérrima.O sábio papel já não me aceita(não terei já sapiência para o fecundar), castiga-me e não aceita as minhas oferendas do íntimo.Com caprichos de ternura diluo o que penso nesta linha amorfa e recordo o mundo das palavras palpáveis..do cheiro a tinta e da textura do papel. Escorraçaste-me do mundo real da caligrafia, em troca faço-te um tributo sentindo já a saudade de te poder tocar.Recordo nostálgica os momentos que foste confidente cruel, amigo mordaz que me ouviste sem mágoa..estas metálicas ou plásticas(sei lá!) teclas são silenciosas, não me abraçam num traço mágico de criação, somente complacentes me autorizam a debitar o que quero. Onde está a partilha?Onde conseguirei deitar o jorro de sentimentos que brotam do peito,subindo a passo de peregrino em contenção até morrerem numa lágrima? Talvez aqui...ou noutro qualquer canto de sonhos..





Resumindo o que queria verter em ti:

Amo

Reflicto

Canso-me

Odeio

Questiono esperando respostas



Vivo?

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