Pudessem realmente as onomatopeias ter som, e cheiro e cor
...Pim...Pim...
cai a pálida gota sobre mim
...Pim...Pim..
desce o meu corpo, lenta e caprichosa sem se deter em nenhum poro mais do que o tempo fulcral da descoberta
...Pim...Pim...
cai a pálida gota e regressa à terra, levando os meus segredos. E fico assim, nua e despida, no meio da chuva ácida de desejos, tocada usada e esventrada na insignificâcia da casualidade. Nada mais foi do que um acaso sarcástico, um leve roçar de uma particula de água perdida num corpo ainda mais perdido.E a ânsia nasce, surge na torrente de promessas perdidas num tempo remoto e reclama o seu lugar. Gigante, tímida e colossal traz amigos de sonho e leva-me para longe,onde não há nada sem ser penas de sensações,acutilantes no seu incessante cocigar.
Pim...Pim...Pim...Pim...Pim...
e agora são muitas e rápidas, e são rochas e ventos e sangue de longe. Dilaceram o meu sotão de tesouros,onde ebriamente encharcada nado com o pergaminho rumo à perdição. Quero salvar-te, levar-te para longe deste esquecimento a que estamos destinados, farei de ti estrela ou farol não interessa estarás sempre na contemplação dos que Vêem. O tempo esgota-se,o ar também e a repetida queda de mundos sobre mim cansa-me para lá do explicável. Já nada sinto. O corpo dormente, esse voou para longe...a alma, vil, perde-se na vontade eterna de chegar ao monte do outro lado, onde a chuva é riso e o frio um chá de jasmim a borbulhar de plenitude.
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